segunda-feira, 22 de outubro de 2012


Bom, cheguei a uma conclusão: preciso de alguém. É, isso mesmo, mas eu preciso de alguém que venha fervendo, que venha de coração aberto. Que aceite meus defeitos, meus risos soltos e minhas lágrimas frouxas. Preciso de alguém que ature meus ciúmes, que tenha saco pra aguentar meus dramas. Eu preciso de alguém que aceite meu cigarro e minha irritante mania de tomar uns goles a mais de vez em quando, e eu preciso que essa pessoa aceite caminhar bêbada pelas ruas, numa madrugada fria, junto comigo. Eu preciso de alguém que aceite tirar uma foto ainda de pijamas.
Alguém que compreenda meus defeitos, mas que olhe mais pras minhas qualidades que, eu sei, são bem maiores. Uma pessoa que goste de ler o que eu escrevo, e que faça da nossa vida uma canção agradável de se ouvir dormindo. Alguém que tenha pique pra levantar correndo da cama e tomar um banho gelado. Só uma pessoa que entenda minhas necessidades, minhas tristezas. Que viva comigo a minha felicidade, que queira compartilhar comigo uma vida de aventuras. Que saia de mãos dadas comigo, pra fazer uma viagem sem rumo por qualquer lugar que a gente decidir olhando o mapa dentro do carro.
Alguém que relaxe quando tudo estiver indo mal, alguém que me faça seguir em busca dos meus sonhos, ou que apenas sonhe comigo. Eu quero muito mais do que amor, eu quero amizade, cumplicidade, verdade! Uma pessoa que viva comigo, dando os mesmo passos, cantando no mesmo acorde. Não quero perfeição, na verdade o que eu quero é vontade de viver excessivamente, que tenha coragem de pular sem pára-quedas nesse abismo que é a vida. Eu quero alguém assim, porque eu sou assim, insano.

Na noite passada a gente dançou, quase caímos de tão bêbados. E fomos felizes novamente, como não fazíamos há muito tempo. Pode ser que você nem lembre hoje, eu também não lembro muito bem de todas as coisas que aconteceram. Tinha pessoas rindo, bebida, comida, tudo tão bom. E tinha vida mais uma vez, estávamos revivendo tudo aquilo que, por culpa minha, perdemos por um tempo. Sorte nossa isso, de tudo sempre reviver.
E eu aprendi, nessa noite, que todas as pessoas podem passar pelas nossas vidas, mas que só permanecem nela aqueles que são especiais, aqueles que nos acompanham nas loucuras, aqueles que nos aceitam, exatamente como somos. E eu aprendi a não deixar mais ninguém pra trás. Agora eu só quero a felicidade de novo, com uma intensidade que a torna quase palpável.

E lá, bem no fundo, eu sempre fui aquele medo infantil de errar, de perder as coisas por um descuido. E, talvez por ironia, eu sempre acabo perdendo mesmo, quem sabe por excesso de zelo. Olhando pra trás eu só consigo contemplar ruínas de sonhos gigantes, que nunca consegui tirar do meu sono e trazer pro mundo dos acordados. 
O mais intrigante nisso tudo, é que aqueles destroços e cacos ainda brilham, como se pudessem voltar à vida em um simples estralar de dedos, e eu sorrio, um sorriso meio que triste, admito, mas sincero, e por instantes eu imagino como seria se tudo voltasse a se erguer, aí eu paro por um momento, e concluo que o que passou, passou. 
Nada volta, por mais que ressuscite por alguns minutos, não pertence mais ao presente. Se passou tem que ficar no passado. Naquele cemitério lúdico de sonhos intermináveis, bonitos e felizes, mas que sempre serão sonhos, e nada mais.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012


É que aqui dentro tem um vazio tão grande, mas tão grande. Às vezes sinto vontade de chorar, de sair por aí correndo, gritando minha dor, mas eu nem sequer tenho vontade de levantar da cadeira pra pegar um copo d’água. Pra falar a verdade, nem meus excessos fazem sentido, nem mesmo aquele amor desmedido posso colocar pra fora, não por não querer, mas simplesmente por ter medo de ser rejeitado, chamado de chato, grudento, essas coisas.
Triste é saber que estamos dando tudo, sem receber quase nada. Porque, bem na real, o carinho que damos é o carinho que queremos receber. Muitas vezes dispomos, se preciso, até da nossa vida em favor da pessoa que amamos, fazemos as maiores loucuras, e não somos retribuídos e acho que essa é a maior dor que alguém pode sentir nessa vida.
Muitos namoros, casamentos e tudo o mais começam como pedras brutas, que vão sendo lapidadas aos pouquinhos, a grande diferença entre todos é que alguns, depois de polidos e de sofrerem todo o processo de transformação, passam a ser belos diamantes, inquebráveis, preciosos, valiosos, enquanto outros, pasmem, viram pó, se enfraquecem a cada talhada, por mais fraca que seja, e se acabam, deixando apenas lembranças do que, um dia, foi a esperança de uma pedra preciosa.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012



Alguns dias se passaram. Os encontros começaram a ficar mais longos, os beijos mais doces, os abraços mais apertados, e até as mãos já estão mais bobas. Tudo aumenta, o carinho, a vontade de estar perto, a única coisa que diminui é a duração das horas, pois o tempo corre quando eles estão juntos, e os minutos encolhem enquanto suas bocas perdem-se num beijo repleto de bem-querer.

Ela acha que ele é maluco, ele sabe que é, mas por ela. Ele sabe que ela é perfeita pra ele, não quer perdê-la, e reza e pede por isso. Eles não planejaram gostar um do outro, aconteceu. Os astros, o destino, a vida, seja lá o que for, fica a critério de cada um, os guardou um para o outro, e isso é mágico.

Ele faz o que pode, e iria até o fim do mundo para vê-la sorrindo. Ela se faz em sua essência tudo aquilo que ele procurava. Ele, aos poucos, vai percebendo que a cada dia que passa ela se torna mais especial e mais elementar à sua felicidade. Ela se entrega um pouco mais a cada gesto de carinho.

Eles são enamorados, e todo o mundo pára quando seus corpos se encaixam num abraço, onde ela está protegida, e ele se faz mais completo. Eles estão ali, um para o outro, naquele lugar só deles e tão especial. Ele faz promessas, e ele vai cumpri-las. Ela acredita, ela vai ver tudo se tornar real.

Eles são apaixonados, e isso vai amadurecer. Ele é crianção, mas gosta dela. Ela é séria, crescidinha, mas gosta dele. Eles são paradoxos, ele bruto, ela meiga. Eles são iguais, em cada pequenino chamego. Diferentes e iguais, eles se completam de maneira linear, eles se aperfeiçoam. São abençoados.

Fraqueza

É que, às vezes, dá uma vontade de sumir. Dá um nó na garganta e um aperto do peito, e parece que o mundo acaba ali. Quando me deito, e apago a luz, um vazio tão grande me toma, e a única força que tenho pra lutar contra isso é o amor que sinto por uma pessoa. Mas essa vontade persiste, e a loucura começa a mirar-me, tenta se apossar de mim, me atormenta.

Vontade de correr pra longe daqui, vontade de poder observar de longe todos que eu amo, vontade de apenas poder envolvê-los num abraço, mesmo que sejam incapazes de senti-lo. Não sei se consigo me fazer compreensível, mas dá uma vontade de se jogar de um abismo, e esquecer tudo, deixar tudo pra trás, e ter apenas doces lembranças, de uma vida que de nada valeu.

Ah, não fosse esse amor... sabe-se lá onde eu estaria neste momento. Às vezes a gente se agarra com unhas e dentes a alguém, porque sabe que só aquela pessoa é capaz de fazer a estada nesse imenso hospício, ao qual chamamos mundo, valer alguma coisa. Não se deve atrelar a felicidade a outrem, isso é um erro gravíssimo, mas o que se deve fazer, quando é esta pessoa que te faz ter um motivo pra continuar vivendo?

Quem dera, se ela soubesse a importância que tem pra mim, e o bem que já me fez, tem me feito, e espero que continue fazendo. Quem dera se eu pudesse remediar os erros que cometi no passado, que acabaram por lhe ferir. Quem dera ela saber o quanto rezo, pedindo a Deus um momento a mais ao seu lado, cada vez que estou com ela. E, sem dúvida, se hoje continuo aqui, é por causa dela, minha namorada, minha amiga, minha companheira, minha princesa, minha pequena, minha boneca, meu tudo. 

Sê feliz, a vida é bonita! E você, a mulher mais amada do mundo.

Faz da tua vida um soneto de felicidade, e sai por aí cantando e dançando, sem medo de tropeçar. Deixa a vida acontecer, ela sorri pra você todas as manhãs. E, caso você caia e se machuque, eu estarei ali pra te cuidar, e se estiver distante, fica tranquila, eu vou sempre rezar por você.

Tudo porque te quero bem, tudo porque te amo. Te quero feliz, antes de qualquer coisa, quero teu sorriso, e se isso só for possível longe, vá lá, ao menos eu vou saber que deu algum encanto ao mundo frio.

Então, faz da tua vida um soneto de felicidade, por mais que o teu acorde do meu discorde. Porque te quero feliz, antes de qualquer coisa. Porque te amo, e amo tudo que vivemos juntos. Sê feliz, moça. Minha ou não.

E se quem ama deixa livre, abro os portões do meu coração, e te deixo decidir se fica, ou se vai. Sem pesares, pois sei que leva um pedaço de mim e que deixa um pedaço seu. E sei também que o "nós" não pára por aqui.

Se tem saudade, voa ao que te faz falta, e se quiser voltar será bem vinda, e como serei feliz. Porque te amo, e vou amar sempre, longe ou perto. Uma parte minha já é tua, e assim será até o fim dos dias.

Sonhos de Vidro

Parece que a têmpera usada nos novos sonhos de vidro que tive não foi forte o bastante pra suportar tanto impacto. Não sei como aconteceu, eu não me lembro de ter deixado tudo cair no chão, mas aconteceu. Mas tudo vai ficar bem, eu entendo bem de sonhos findos. É o risco de quem se entrega ao devaneio do brilho do vidro que envolve todos aqueles venustos horizontes que jamais chegariam, mas que, felizmente, estiveram bem perto.

Outra vez o destino me dá correntes de lembranças, de vida que logo será lembrança, pra que eu arraste pelos corredores vazios da alma, como um fantasma condenado a assombrar, solitário, o âmago da tristeza que sempre lhe foi companhia. E, nesse momento, eu chego à conclusão de que tudo foi sempre um castelo de cartas, impotente perante qualquer brisa, e que jamais se faria forte perto de alguém que sempre foi tormenta.

A frágil solidez do vidro representa exatamente a força bastante débil que carrego dentro de mim. E a força do bronze está ali, pra lembrar a força que tenho pra buscar a felicidade, aquele amor que sempre busquei, que tenho, ou tive. Utopia. Mas eu admito, não é nada fácil ter felicidade com data pra terminar, não é prazeroso ter que começar tudo outra vez a cada período temporal que - nossa! - passa sempre tão rápido.

E nesse momento eu me resto em preparativos pra partir - será? - outra vez e, quem sabe, encontrar a felicidade em alguma estação de trem, em alguma outra cidade, talvez outro sonho de vidro, ou uma série deles. E lágrimas? Bom, sem elas. Desta vez eu levo um sorriso, mesmo que dolorido e carregado de resquícios de saudade, mas certamente com muito mais alegria por ter tido a oportunidade de saber coisas maravilhosas da vida, e de levar comigo uma nova vida.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

E tudo que fiz, fiz de coração e, se errei, foi sempre na intenção de acertar e fazer brotarem sorrisos.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Aceita?

Se eu pretendo me casar com você? Sim, pretendo. Por que? É simples: você é o amor da minha vida. Porque foi você quem chegou me dando esperanças para o futuro, você, com o seu sorriso lindo e vibrante, chegou me tirando daquele lugar, onde eu não conseguia contemplar um futuro de felicidade e sorrisos largos proporcionados somente por um sentimento puro e verdadeiro. Com essa sua doçura você me resgatou, me trouxe à tona, me salvando do afogamento que era iminente enquanto eu me perdia naquele vazio.

Sabe, minha princesa, não sei como, nem quando aconteceu, simplesmente aconteceu, sem motivos, sem tempo, tudo ao acaso. E que acaso maravilhoso esse que me fez ter a minha plenitude de volta, acaso que me trouxe o amor, que me trouxe de volta a vontade de viver, de sorrir, de ter as pernas bambas e o coração aos pulos. Acaso que me mostrou a veracidade do que dizia o poeta: como é bom morrer de amor, e continuar vivendo.

E desse jeito, e por todas essas coisas - nossas coisas - é que eu tive coragem de morrer de amor, de me entregar a ti, e deixar teus passos serem também os meus passos, e deixar a tua vida ser também a minha vida. E por todas essas nossas coisas, é que eu vou te fazer feliz, e tive vontade disso desde a primeira vez em que te vi, com teu batom rosa que me pintou toda a boca, e que me deixou feliz por saber que ele estava ali por causa do encontro dos nossos lábios.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Anjo


                Talvez, nesses últimos dias, eu tenha chegado de vez ao ápice da minha loucura. Sou obrigado a admitir que tenho acreditado em contos de fadas, e histórias de príncipes e princesas, e, te juro, eu me imaginei em cima de um cavalo branco, te salvando da torre de um castelo. Pensei, por uns instantes, que estava voltando a ser adolescente, mas, não, estou voltando à infância mesmo, ao primeiro resquício de sentimento, à primeira paixãozinha, tão inocente, mas ao mesmo tempo tão doce e verdadeira.
                Não posso denominar loucura àquelas coisas que resgataram as tão perdidas frases de amor que eu pensei em dizer a alguém, um dia. Seria loucura, de fato, chamar de devaneio o simples desejo de estar entre teus braços, e te deixar permanecer nos meus abraços até que a luz do sol nos envolva, numa manhã fria de inverno que tenha por único ponto de calor o encontro dos nossos corações.
                Correndo o risco de parecer um tolo, eu vim aqui, confessar o que sinto por ti, pois aprendi com as chegadas e partidas da vida que não tenho todo o tempo do mundo pra demonstrar meus sentimentos. E desse meu jeito meio enrolado, e tentando ser engraçado, eu quero te dizer, guria, que você é mais do que eu esperava encontrar nesse momento, quando tudo parecia não fazer lá muito sentido. Porque eu quero manter no olhar o brilho, dos olhos de um menininho que contempla sua primeira namoradinha, que recobrei no momento que te conheci, meu anjo.

domingo, 15 de julho de 2012


                Com o pensamento em ti, folheando um livro da Martha Medeiros que ganhei de dia dos namorados, puxo mais pra perto de mim o aquecedor, que tenho ligado durante horas intermináveis nestas noites frias que tem se feito na minha cidade, na minha casa, no meu quarto e, por que não também confessar que, no meu coração, tão abalado e descrente de tudo. Curioso, nem foi você quem me deu o livro, nem existe um motivo óbvio pra lembrar-me do teu sorriso enquanto o leio.
                E, bem, o aquecedor tem feito o papel do teu abraço em alguns momentos. Bobagem. Nem bem sei se teu abraço é quente, ou não, se é dotado de um calor tão confortante quanto o do aquecedor aqui, talvez teu abraço seja menos artificial, sou dado a essas ilusões mesmo, esses pensamentos, criações de hipóteses apoteóticas de momentos quase que impossíveis, mas tão indeléveis na minha mente, e nos meus mais profundos desejos.
                Mas quero te contar do livro, guriazinha, andei me reconhecendo nele, e em cada página uma bofetada me atinge, como se ali estivessem escritos todos os meus erros, minhas inconstâncias, minha brutalidade para com aquelas pessoas que se aproximaram de mim há algum tempo. Mas como tudo tem um lado bom, meu bem, também pude observar um amadurecimento, ainda pouco, mas já perceptível a olho nu. Certamente eu não conseguiria identificar e admitir tais defeitos antes.
                Enquanto o pequeno utensílio sopra um bafo quente ao meu rosto, me perco aqui por dentro, tendo um pequeno devaneio agridoce, pensando em como seria bom te envolver em meus braços, pelo mais curto espaço de tempo que fosse. Queria eu ter tido coragem de dar um “oi” e um sorriso em tua direção quando ainda me sentia capaz de conquistar alguém, de uns meses pra cá, tenho a impressão, perdi meu instinto “conquistador”. Outra bobagem, nunca o tive de veras.
                Então, meio desajustado em mim, vou tentando te cercar da forma menos atemorizante possível, pois decidi ter contigo a paciência que não tive com nenhuma outra até agora. Sortuda, você. E eu também. Certamente perderia todas as chances se tivesse chegado aos teus dias da forma intempestiva que costumava usar em tempos passados. Encontrar você, mesmo que vagarosamente, é o que me importa agora. Mesmo que tenha que ir duas ou mais vezes até o espaço, só pra te presentear com uma estrela, e ser merecedor do teu abraço, aposentando de vez o aquecedor que já anda cansado de me fazer companhia.

sexta-feira, 13 de julho de 2012


                É que à noite bate uma tristeza tão profunda, minha querida. Um sentimento inexplicável de solidão, um aperto no coração, na alma, nos olhos, que me faz chorar, perder o tino, a calma, e é nesse momento que a vontade de viver, assim como o ar, começa a ficar rarefeita. Enquanto o cigarro queima ao meu lado, o café esfria ao mesmo passo, parece que o relógio desacelera, o frio fica mais intenso. Como tá gelado aqui!
                O mundo vai girando, as coisas vão acontecendo, ou não, e talvez seja esse o problema, nada acontece, aquela velha história de que tudo muda começa a não fazer muito sentido, e eu perco os sentidos enquanto me perco na viagem pelos sentimentos perdidos, abraços, beijos, lágrimas, sorrisos, tudo some, vai-se embora como a névoa que o sol desfaz.
                Meu coração se acelera enquanto fico aqui desnorteado a lembrar de coisas que não aconteceram, a esperar por pessoas que não fizeram compromisso de vir. Não é nessa estação que o meu trem passa, estou perdido. Torpemente silenciado pelas emoções que coloquei pra fora sem pensar, engraçado, meu bem, eu sempre fui assim: fiz, depois pensei. Agora o descompasso me toma, não sei se a alma se acelerou ou se as artérias estão se inflando mais e mais a cada minuto pela pulsação forte do que me faz viver – ou me tira o júbilo que isso teve, um dia.
                Tristeza, saudade, falta de ocupação, não sei o que se passa. Ou a família me desamparou, bobagem! Nunca cobrei esse amparo deles, grande erro. Talvez por ter procurado abrigo onde nunca existiu sequer um caco de telha pra me proteger da tempestade que é esse mundo, tão docemente cruel. A música vai me tomando, aos poucos surge um novo descompasso, regendo a tormenta de pensamentos que me vem à cabeça neste momento.
                E assim eu vou terminando mais uma noite, acompanhado por uma sutil solidão – grande companheira no inverno – enquanto penso nos amores perdidos, e naqueles que nem cheguei a conquistar, que foram os mais doloridos, pois foram os que mais receberam de mim, todas aquelas coisas boas que estavam enterradas aqui dentro, bem fundo, e que foram jogadas às traças, sem piedade, sem ter, pelo menos, um sorriso agradecido e piedoso.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Encanto


                Chega mais perto, pequena, pode vir. Foi você quem me encontrou, justo agora, quando eu não pretendia me prender a ninguém, você chegou timidamente, me disse “oi” e me faz tirar os pés do chão outra vez. Mas pode vir mais pra perto, eu estou gostando disso. Aninhe-se nos meus braços, é inverno, nós precisamos mesmo de algo que nos aqueça, e por que não um aquecendo o outro?
                Guarda o meu lado da tua cama, guardar-te-ei também o da minha e meu peito será teu travesseiro, prometo, pequena, vou tentar fazê-lo o mais confortável possível, pra que você goste de ficar ali algumas noites e alguns dias, aquecendo-nos os corpos e os corações, enquanto recito algumas das minhas poesias desencontradas, aquelas que ainda vou escrever só pra você ler.
                Irônico isso, não? As coisas acontecem quando menos esperamos, talvez aquela teoria de que só encontramos quando paramos de procurar tenha certo sentido, não muito, mas algum. Isso porque quando te conheci, mesmo não querendo voltar a procurar, não vou negar, eu tive vontade de voltar às buscas, e te encontrar por aí, e te deixar tomar conta de mim, e me deixar tomar conta de ti.
                E é nisso que penso agora, quando passei o dia te esperando, aflito, pensando que jamais tornaríamos a conversar outra vez, afinal, dois estranhos que trocaram umas poucas palavras, surgidas do nada, que ao nada podem retornar. Tenho medo, mas tenho vontade. Uma covardia corajosa, não sei explicar o que aconteceu. Só posso te dizer que tenho esperanças de te encontrar, do mesmo jeito que você me encontrou, e me encantou.

domingo, 24 de junho de 2012


                    Se hoje digo sem medo, e sem erro, que te amo, meu bem, sinta-se a melhor do mundo. Usar-te-ei como meu amor, e com o meu amor, entre um gole e outro de Isla Negra, até que finde a noite, até que o encontro com o piso seja inevitável, até que o luar dê espaço à brasa iluminadora dos dias e, assim, ciclicamente, até que se acabe também a eternidade da vida de cada um de nós.
                No nosso mundo somos os únicos. Nas nossas vidas importantes, tu na minha, eu na tua, seguimos assim, ébrios, sóbrios, centrados e estupidamente deslocados, reais e surreais, um paradoxo cheio de vida e de confusões, confusões nas quais somente nós somos capazes de nos encontrar e transformar em poesia todo o tormento que nos adoça.  
                Aos poucos nos encantamos, aos poucos nos descobrimos e, meu bem, tem sido bom viver contigo. Muita coisa mudou, principalmente, na minha vida. Talvez por teus olhos sossegados, talvez por tua voz rompante e ameaçadora. Não sei, mas mudou. Devo-te muitos sorrisos, algumas confissões, muita alegria e, sem sombra de dúvida, o que me tornei.
                Por isso eu vou te amar, todos os dias, até que tudo se acabe, e depois quando tudo recomeçar. Na embriaguez dos nossos lábios nossas mentes nos fazem absurdos quando, entre uma baforada de Marlboro e outra, achamos maravilhosas as nossas vidas e o modo como as levamos, sempre em frente, sempre a caminho dos sonhos mais lindos, aqueles que sonhamos juntos, um dia, sem nem saber quem éramos de verdade.
                Perdoa, meu bem, o desencontro de palavras e o caos que fiz por aqui simplesmente pra dizer que te amo, de uma forma tão fraterna que, eu juro, me faria trocar a minha vida pela tua, sem pestanejar nem pensar duas vezes.

domingo, 17 de junho de 2012


Aperto forte o cigarro
Pra que, de uma vez,
Ele se apague sem fumacear
Assim, sem dó,
Eu faço também com meu coração
Na esperança de que,
Sem um último suspiro,
Ele deixe, de repente,
De bater,
De sentir,
De sofrer.
Assim também eu faço com as lágrimas,
Talvez eu queira também que tudo se acabe
Sem direito a “últimos piscares”
Pra que a dor seja evitada,
Sucumbida de forma rápida,
E que até o sol pudesse desabrazar
Rapidamente e sem dor,
Deixando a chuva dominar um pouco,
Lavando a alma daqueles que,
Assim como eu,
Sofrem de repentes.

terça-feira, 5 de junho de 2012


                Eu chorei, eu não posso negar que sim, eu chorei. Aquele dia foi como se tudo tivesse acabado, e eu sentei no sofá, pensei um pouco em tudo que havia acontecido minutos antes, e logo uma lágrima rolou, e depois disso, meu bem, tudo despencou de verdade. Sonhos, ilusões, sentimentos que deram vida à saudade que trago agora. E restou uma angústia e um cigarro que ando carregando por aí, como se arrastasse correntes de existência pesada, dolorida e insensata.
                Mas eu decidi ir em frente, outra vez, erguer a cabeça e seguir. É claro que eu chorei, meu bem, um dia a gente tem que deixar de ser forte, descer do pedestal de pedra onde nos entrincheiramos, e deixar que a dor saia de dentro do peito, mesmo queimando o rosto, mesmo destruindo a fisionomia, é melhor que saia de uma vez, porque não se deve guardá-la, e porque eu decidi ter comigo apenas coisas boas, coisas que o tempo não leve e que o egoísmo não destrua.
                Eu decidi deixar pessoas na minha história, mas na história que passou, naquilo que vai ficar na memória, pequenas coisas, momentos, minutos, beijos e abraços que ficarão para sempre na mente e no coração. Ora, que graça teria a vida sem o amor, e que amor o seria sem dor? Desde que meu mundo é mundo, pra mim, carrego a sina de amar demais, e como diz a música: “e siempre más feliz quien más amo, y este siempre fue yo...”, sem dúvida, sempre fui eu, e por isso eu deixei a dor partir, me conformei.
                Não posso dizer que não dói mais, mas essa dor o tempo cura, não tem data nem hora marcada, mas eu sei, meu bem, vai passar do mesmo jeito que já passaram tantas e tantas vezes. E não quero dizer que chorar tenha sido a melhor saída pra mim, foi difícil, eu sou duro, sempre tento mostrar uma força sobrenatural com relação a esses acontecimentos da vida, mas chega um dia em que todo o rompante perde o tom, os olhos enfraquecem e a represa de emoções se rompe, deixando escapar tudo que antes estava reprimido.
                Vai ter reconstrução, eu vou me refazer, e a vida vai seguir com ou sem aqueles que eu amo, o mundo não vai parar porque eu perdi uma ou duas pessoas importantes, a vida é mesmo essa estação de trem sem horários fixos e sem destinos certos, uns chegam e outros partem, sem avisos e sem tempo de apresentações e partidas. O mundo vai girar, o tempo vai correr, a vida vai passar e eu não vou ficar parado vendo tudo terminar, eu vou em frente, porque é pra frente que se anda, e é no futuro que meus olhos estão agora.

segunda-feira, 4 de junho de 2012


Serei teu eixo
Até que a luz se apague
E finde o nosso beijo
Até que a noite se rasgue
Em apenas um lampejo.
Serei teu céu
Ou serei teu mar
Um branco véu
No teu colo a repousar.
Serei teu doce
Ou, talvez, teu mar
Serei uma foice
Para teu amor ceifar.
Serei teu, por inteiro
Sem receios entregar-me-ei
A um sentimento derradeiro.

Vai assim, sem rumo
Olhando para a noite infinita
Como quem perde o prumo
Corre os olhos pela fita.
O filme roda, a vida passa
A música toca
Aviva-se o coreto da praça
Uma moça baila, numa alegria tosca.
Os idiotas, parados
Vêem a película passando
Boquiabertos, pasmados
A “felicidade” terminando.
A roda viva, desaviva
Aos poucos, termina o filme
Tudo se vai embora
De um modo tão sublime
A fita para sem marcar hora.


Tempo e silêncio
Num acorde só
Fazem-me macio
Numa lucidez sem dó.
Quando a vida se
perde
Tudo volta a ser
sonho
O amor sacia a sede
E a cantarolar
ilusões eu me ponho.
No vazio dos dias
As esperanças se
flagram
Nuas e desmentidas
Nos corações que, por
um momento, param.
E a inconstância
segue
Nesse descaminho
frágil
Mas alegre.

 

terça-feira, 27 de março de 2012

Raridade


Eu sou um ser raro, tenho olhos que falam, e uma boca que cala quando se deve falar de sentimentos. Um ser que acredita e tem fé, ainda, na bondade das pessoas; mesmo tendo todos os motivos do mundo pra não mais acreditar na pureza dos sentimentos alheios. Silenciosamente, com os olhos gritando eu anuncio a quem tiver bons ouvidos, e coração sensível, tudo que há de bom dentro de mim, sim, bom, pois o que é mau eu mando pra fora abaixo de gritos vocais.
Ao contrário da regra humana, ainda sou um dos que cultuam as coisas boas, permito-me amar ao meu próximo, e acredito que uma força maior rege a nossa vida, seja Deus, o destino, o acaso, guardiões das torres e a deusa da terra, enfim, uma força que pode ser denominada de várias maneiras. Eu creio na bondade do ser humano, e na humildade da alma, depois de deixar o invólucro carnal. Creio, ainda, que tudo tem salvação e que só nós temos a força necessária pra fazer mudanças extraordinárias nas nossas vidas.
Acredito no amor como melhor saída, acredito na fé como fonte única de salvação, sem depender de uma doutrina religiosa, apenas fé naquilo que virá, que com certeza será o melhor que podemos ter. Acredito na força dos sorrisos, e na imensidão da inocência de uma criança. Creio em tudo aquilo que a natureza tem de bonito, e também naquilo que não se nos apresenta com tanta beleza, pois representa também um ponto de equilíbrio; nem tudo na vida é totalmente bom, nem totalmente ruim.
Olhos que falam, bocas que brilham, coisas que me encantam, tudo sem nexo, assim como meus pensamentos. Tudo tão belo, tudo tão ermo, movimento e quietude, uma vida paradoxal. Um dia alegre demais, outro demasiadamente triste. Pra mim não servem meios-termos, ou é tudo ou é nada; tudo ao céu ou tudo à terra, depende unicamente da pessoa que obtém isso de mim, algumas tudo, outras nada. E quem tem tudo, de mim, tem o céu deitado aos seus pés, sem sacrifícios.

terça-feira, 20 de março de 2012

Morada


Eu moro na rua da saudade, que faz esquina com a rua da espera. Longas horas, dias intermináveis e noites que nunca acabam, esperando pra te ver chegar sorrindo e cheia de abraços ternos, com aquele carinho e aquela segurança que só nos teus braços eu encontro.
Nesse meu endereço, tudo parece tão solitário, um retrato de mim, sem ti. Mas nem tudo está perdido, pequena, pois a dois quarteirões fica a rua da felicidade, onde vamos morar. Minha morada na saudade é temporária, e a nossa casa na felicidade será, devéras, pra sempre.
Enquanto te espero, fico em casa, vendo a chuva molhar a saudade, fico ali, quietinho, clamando por tua presença, esperando ansioso pela tua chegada, que tanto bem me faz. Esperando por teus abraços, e teu sorriso doce, teu toque macio, teu falar suave, tudo aquilo que, em um lapso de momento, me faz sentir um morador da felicidade.
Enquanto te espero, agradeço ao destino pela certeza da tua chegada, peço a ele que não te desprenda de mim, e a chuva continua, molhando a saudade e, agora, também os meus olhos, que tanto queriam te ver sorrindo, um quê de tristeza, mas certamente é muito mais felicidade, pois sei que a longa espera vai, de verdade, valer a pena.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Viver sem você


É que eu não posso negar que sim, eu consigo viver sem você. Eu consigo, mas eu não quero! Por inúmeros motivos, eu não quero. Porque com você eu sou capaz de acreditar, porque com você tudo é mais bonito. Eu não quero, porque escolhi você pra construir comigo uma história que é só nossa. Eu posso, mas eu não quero, não por birra, nem egoísmo, mas é só porque você trouxe sentido aos meus dias.
Não quero, porque já temos detalhes que são nossos, e que aos olhos dos outros podem não fazer sentido algum, mas pra mim – e pra você, eu acho – são todos os motivos pra te amar mil vezes mais, a cada nova manhã. Eu posso viver sem você, sim, eu posso, mas eu não quero. Não quero porque eu nunca amei ninguém, do jeito que eu te amo!

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Carta de sinceridade


Fico aqui pensando, me perco em meio a essa concatenação de sentimentos que você me desperta, procuro palavras, me desespero em busca de explicações, queria saber dizer o quanto te amo, queria ter algo pra comparar, e uma unidade de medida que pudesse determinar o tamanho do meu sentimento, e no fim, acabo por perceber que seria muito pequeno o meu amor se pudesse ser medido ou definido em meros centímetros, que de nada valem ao coração.
Tanto são desimportantes, as medidas, que nem a distância é capaz de lhe tirar do meu coração. Tanto são desimportantes, que a cada dia meu amor por você só faz crescer, e se tornar mais e mais essencial à minha sobrevivência, à minha felicidade, que só se tornou completa e verdadeira naquela manhã ensolarada de um sábado, quando te conheci.
Os dias passam, à noite, às vezes, eu choro de saudade, ao telefone tento me segurar, mas o sussurro doce da sua voz faz meu coração apertar de tanta vontade de te abraçar, de poder brincar com seus cabelos, e te bagunçar toda te dando um abraço apertado, daqueles que a gente dá com a intenção de nunca mais soltar.
Ah, nenê, quem dera você fosse capaz de perceber a imensidão de tudo que há aqui dentro. Tantas coisas boas que tenho pra lhe dar, tantos sorrisos teus, que quero só meus. Sem atrasos, sem tempo certo pra terminar. Não procuro mais razões pra explicar meu amor por você, simplesmente me joguei, quando segurei a sua mão, sem medo de me perder. E hoje já nem me imagino mais sem suas mãos segurando as minhas, me guiando ao nosso futuro. Eu te amo!

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012


Antes de ti, agora eu sei, andava atropelando meus sonhos, e passando por cima da minha felicidade. Por muito tempo estive fraco, e ao ver o teu sorriso criei forças pra seguir em frente, e a cada manhã que acordo contigo em meus pensamentos, o sol se preenche de um brilho mais intenso, e me faz ver o quanto é bom viver.

Ao teu lado, encontrei a força que eu precisava pra vencer todos os meus obstáculos, e me permiti novamente sentir, me permiti entregar-me a uma paixão, e ter palavras suaves escorrendo da minha caneta, palavras que brotam do fundo da alma, que fazem meu coração bater contente.
Rezo a Deus todas as noites, antes de pegar no sono, pedindo pra que esses dias sejam os primeiros de uma vida inteira ao teu lado. E essa distância, como dói. Mas meu conforto está em saber que sou teu, e que és minha, como jamais nenhuma outra foi. Conforta-me o fato de eu saber que faço parte da tua vida e saber que já és também um pedaço de mim, o mais bonito, o mais doce.
Há quem diga que pra sempre é muito tempo, mas, sem dúvida alguma, eu aceito passar esse “muito tempo” ao teu lado, porque tu és a personificação de todos os meus sonhos, de todos os meus anseios, e de tudo aquilo que me faz feliz. Meu nenê, minha namorada, minha noiva! Tudo, te tornaste o meu tudo, e despertaste em mim coisas que ninguém jamais conseguiu e nem conseguirá despertar. 

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Inexplicável


É um sentimento que não se explica. Tudo começou do nada, com uma simples conversa, meras palavras jogadas ao vento que qualquer um poderia escutar, qualquer um, mas foi você quem escutou. Agora já não passo mais um minuto sem você no pensamento.
Quero cada vez mais e mais palavras, mais carinho, mais conforto. Você surgiu na minha vida como um anjo. Ao seu lado me sinto seguro – estou seguro. Hoje tenho a resposta àquela velha pergunta “o que vai ser quando crescer”, tenho vontade de gritá-la: eu vou me casar com ela!
Quando conversamos, meu mundo para de girar, e é em você que eu tenho pensado todas as noites antes de pegar no sono. Parece loucura, mas já tenho uma vida inteira planejada, ao seu lado; mesmo sabendo que posso me decepcionar, ou, pior ainda, te fazer sofrer, mas tenho apenas vontade de viver o presente, e imaginar um futuro bom, ao teu lado!
Você se tornou um dos meus vícios, a droga que mais me faz bem. Viciei, tanto, mas tanto, ao ponto de já não saber mais viver sem. E essa distância, como dói, porque em tão pouco tempo já gosto tanto de você. Quando estou contigo, esqueço meus problemas, nada me abala, você é meu ancoradouro.
Amo seu jeito, e acho tão fofinho teu ciúme. Lembre-se: jamais vou te trair, jamais te abandonarei. Sou teu, só teu. Te quero minha, e de mais ninguém. Somos um do outro. E mesmo que o destino nos dê rumos diferentes – rezo pra que não aconteça – pode ter certeza de que eu nunca vou esquecer a menina mais doce que já entrou na minha vida.

Marota


Não, menina, por favor. Não me olhe com esse olhar maroto. Desvia de mim o teu sorriso torto. Essas coisas – tuas coisas – me encantam tanto, você não faz idéia do quanto. Por favor, não me faça acreditar que as estrelas não morreram, me deixa aqui, pensando que o sol também não volta.
Não, menina, por favor. Não pega a minha mão, eu não mereço. Desvia de mim o teu carinho, pois sou tão imperfeito, não mereço – não te mereço. Corre, menina, corre enquanto ainda há tempo, corre por enquanto, corre rápido, ou devagar, se insistir em me deixar te alcançar. Mas não, não queira, por favor.
Não me deixe existir pra você, não queira voar ao meu lado. Tenho medo de cair, tenho medo de te derrubar, vai doer, e vai doer em mim. Não seja má, menina, faça o que lhe peço. Desvia de mim teu olhar maldoso, tão apaixonante. Não entoa teu falar doce e manso ao meu ouvido, não agora.
Preciso-te. Não te quero. Não me pergunta se meu amor vai crescer. Eu não sei, eu não quero. Fica quieta, não me olha, não fala nada. Deixa o tempo nos guiar. Deixa o tempo nos perder. Não, não deixa! Preciso-te. Quero teus olhares e tua voz doce ao meu ouvido. Quero teu coração pra mim, e o meu pra ti.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Jude!


Um arlechino e duas colheres, por favor!
Traz também uma água – com, ou sem gás?
Olhando firmemente em seus olhos, perguntei.
Com gás! Gelo, e uma rodela de limão.
O garçom pediu licença.
Ficamos nós sentados ali, à mesa do restaurante era tudo mais bonito.
Posso dizer que até a vida começara a fazer sentido – ou não.
Fotos, sorrisos, cumplicidade, amizade.
Jude e eu.
O vento soprava, fazendo dançar seus cabelos vermelhos,
E vendo aquele balé colorido, pensei...
Pensei no quanto é forte o amor de amigos.
E quão imprevisível é a chegada de alguém especial.
Pensei no quão dolorosa seria a despedida,
E por um momento uma lágrima quase escorreu, teimosa.
Um jogo de boliche, duas cervejas, sorrisos.
Novamente pensei,
E uma lágrima teimou de novo.
Repensei, aliás, na importância que tem uma amizade,
E no quanto ela pode se tornar gigante,
Quando duas almas são congênitas,
Não pelo nascimento, mas pelo laço que as une depois de evoluídas.
Uma caminhada, uma corrida pra alcançar o ônibus
Uma despedida apressada...
Tantos planos, tantas coisas,
Nossas coisas.
Felicidade, Jude, obrigado por ela!

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Reflexos de dor


Hoje pela manhã, ao acordar, sentei-me só ao lado de uma xícara de café puro. Vislumbrei meu semblante, cansado, pelo reflexo da janela, despi-me de minhas alegrias, e inventei algum problema, qualquer, para poder viver.
Acendi meu primeiro cigarro do dia. Fumegando, sentia a brasa queimar, além do papel, o meu coração, tão dolorido, tão desesperado. O aroma do café misturou-se com meus devaneios, trazendo um ar de graça a coisas tão torpes que se passam pela minha cabeça.
O sol começava a tomar conta da sala de jantar, sentia tudo esquentar, mas meu coração, oh, o meu coração ficava cada vez mais frio, como se ali dentro só existisse gelo. Nem a angústia da dor me é capaz de fazer soluçar, tudo passa sem som, sem brilho, sem palpe.
Passa a vida, como passa o calor do café. Esfriam os corpos, perfumes se perdem, o sol morre, a noite fria chega, chega numa manhã quente de janeiro. Abre os olhos. O sol brilha lá fora. Aqui dentro a lua gélida se faz luminosa, e tão grandiosa.
Lua que outrora foi sol, que em outros tempos aqueceu o meu amor. Hoje é lua, é dor, é desamor. Loucura. No mar frio das emoções que tenho agora, vejo meu rosto desfigurado, quem sabe cansado, atormentado. Vejo reflexos de dor.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Crença


Não sei o porquê, mas sempre acreditei que, um dia, mesmo que distante, alguém acabaria se apaixonando por este meu sorriso torto. Sempre acreditei que alguém se encantaria pelo meu jeito irônico de ser, e que precisaria ouvir a minha voz antes de dormir, e querer o meu bom dia pra começar bem a sua rotina.
Sempre pensei que alguém se disporia a carregar comigo as minhas dores, e me trazer um pouco de paz. Alguém que também aceitaria as minhas falhas, perdoar meus maus entendidos, respeitar meus silêncios e fazer por onde merecer o meu apego. Alguém com quem eu poderia ter brigas exageradas, mas que nunca me abandonaria.
Alguém que iria me fazer conhecer a palma da sua mão, decorar cada detalhe, e deixar ali as marcas dos nossos dedos entrelaçados. Alguém que me faria chorar, e vice-versa, mas que, porém, acolheria meus erros e recolheria as minhas lágrimas. Alguém que me odeie num dia e me ame no outro, ou que, talvez, volte a me amar no mesmo dia.
Sempre procurei alguém, e acreditei nessa busca, que invadiria meu corpo todos os dias, me trazendo sensações únicas. Um alguém que me levaria junto, toda vez que partisse. Que me faria bambolear entre a vida e a morte em frações de segundos de amor. Um alguém cuja a alma me pertença, desde sempre até sempre.
Um dia, creio, um encontro acontecerá, encontro o qual só os olhos e os corações registrarão. Um dia, alguém anulará todo o resto, todas as angústias, todas as dores, sofrimentos que passaram, um dia esse alguém vai chegar. Esse alguém vai chegar, e eu descobrirei, sem hesitar e rápido, que esse alguém não poderia ser outro alguém, nem poderia ser de mais ninguém, e nem eu.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Desabafo


Manhã quente. Banho frio, roupa leve, chegando à cozinha servi-me um pouco de chá gelado, sentei-me à mesa, e contemplava pela janela meu intangível modo de vida. Os jasmins orvalhados já perfumavam aquele primeiro momento do meu dia, e seu aroma já se afinava num acorde perfeito junto com os cheiros do banho e com o perfume do amaciante de roupas, fazendo uma serenata à solidão, que já invadia meu dia afim.
O que eu menos queria era sair dali, quem sabe, quisera naquele momento apenas voltar ao meu leito, e debruçar-me sobre minhas doces lembranças, e viajar no mundo dos meus pensamentos, tão belos, tão cheio de amor, de paz, felicidade. Nesta manhã, por um momento, eu desejei que tudo fosse diferente, tive vontade de correr, vontade de fugir da minha vida, que se concretizou nesse vazio tão profundo.
Tive vontade de fugir, levando comigo apenas poucas coisas, e a mulher que amo. Queria sair pela porta dos fundos, passar o dia tomando sol, à noite pegar o sereno, e depois juntar-me com ela aos outros casais românticos que se beijam no coreto da praça do centro da cidade. Queria fazer-lhe todas as juras de amor eterno que tenho em minha mente, para poder cumprí-las depois, sentir as luzes da cidade nos iluminando, e respirar como se fosse a última vez que inspirava o ar serenado da noite amena.
Hoje eu tive vontade de fazer tudo diferente, ao menos por hoje, nada de drama. Hoje eu só desejei que a minha vida fosse suave, tal qual a água fria que me banhou, tal qual o aroma dos jasmins que enfeitam a minha janela. Mas tudo não passou de um sonho de uma manhã de verão, acabou-se junto com o chá que me refrescava antes de sair pra trabalhar. Ficou a vontade de me sentir gente, humano, que erra, tropeça e cai e sabe se reerguer; ficou a certeza de que não sei mais me erguer sozinho.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

A primeira que disse que a amava


E quando foi pra eu dizer “eu te amo” pela primeira vez, as minhas pernas estremeceram, mas eu me senti tão bem. Não esperei resposta, e nem fiquei sentindo que ela me devia alguma coisa. Eu senti que realmente queria estar ali naquele momento. Eu não queria que ela me dissesse algo concreto, até foi melhor ela não dizer nada, vi nos olhos dela que naquele momento algo estava nascendo.
Passaram tantas coisas pela minha cabeça, eu a amava – e ainda amo, com tudo que há em mim – e não tive medo de estar precipitado, e sei também que ela não esperava ouvir aquilo naquele momento, nem eu esperava. Eu me peguei desprevenido, imagino como não deve ter sido pra ela. Eu nunca pensei como diria isso a ela, eu nem sabia o que dizer, e foi um susto: eu te amo! E pronto.
Senti que ela ficou constrangida por não ter muito o que dizer, mas eu não me importava. Fitei-lhe por alguns momentos, e vi ali uma expressão de felicidade, pois eu estava começando a curar um coraçãozinho tão machucado, e pude perceber também que logo isso tudo seria correspondido.
Alguns minutos de silêncio, e mudamos de assunto. Mas eu já nem conseguia mais me concentrar no que falávamos, pois eu já havia me entregado por completo uns minutos antes, e isso me absorvera, fiquei perplexo ao perceber o tamanho do bem que esta menina estava me fazendo. Ela também não sabia muito o que fazer, éramos duas crianças, brincando de trocar olhares.
Mas eu me senti tão leve, me senti capaz de pular de um penhasco, e voar, voar, abraçá-la e levá-la comigo às nuvens, eu estava realmente bem, eu estava sentindo o amor, pelo qual tanto ansiava. Eu me virei, e vi seus lábios se movimentando lentamente, falando sobre algo que eu nem sequer consigo lembrar, e lembrei-me de um momento da minha infância, de quando meu avô me falou do quanto é bom amar, e ter alguém por quem dar a vida, se preciso.
Eu me perguntava o porquê de tudo isso, mas não tinha explicação, eu não encontrava nenhuma resposta suficientemente sensata, mas eu tinha motivos pra não querer saber de mais nada. Eu estava ali, na frente do amor da minha vida. E logo veio a resposta... era amor. É amor. É tudo que eu sonhei. É tudo que eu tenho.

Eu amo tudo em você!


Desculpa-me por essa incapacidade, é que mesmo se eu ousasse reunir todas as palavras do mundo numa única frase, eu não conseguiria descrever o que sinto por ti. Desculpa-me, é impossível, eu não consigo. Não existe explicação, não tem descrição, e não há palavras suficientemente fortes pra descrever isso. Só tenho certeza de que te amo, te amo, e só isso.
Nunca te falei, mas hoje percebi que o que sinto é mais forte do que imaginava. Não tenho mais forças pra ficar longe de você, nem sequer um dia, minhas horas na tua ausência se tornam uma tortura. É, eu tenho necessidade de você. É você quem me socorre, e quando eu penso em desistir de tudo, é o teu sorriso que me alenta.
Você abre meus olhos, me mostra que eu sou forte, e que posso superar tudo, posso superar tudo quando tenho a tua mão junto à minha me dando o apoio que eu preciso. Sempre me bate aquela vontade incontrolável de estar contigo, de teu lado, de poder olhar nos teus olhos, te fazer e te ver sorrir, aquela vontade de ouvir o teu coraçãozinho batendo, vontade de te proteger, é, eu necessito disso tudo, eu necessito de você, minha princesa.
E sabe o que eu amo em você? Tudo, absolutamente tudo, te amo por completo. Teu sorriso de lado, e amo o jeito que revira essa boca quando pensa em alguma coisa, o jeito como mexe nos cabelos, e até o jeito que reclama da minha barriga – eu vou emagrecer, amor – e além de tudo, eu amo teus ataques de ciúmes, amo poder pegar na tua mão, nesse momento, e dizer baixinho o quanto te amo.
Amo o jeito como você se encaixa perfeitamente em mim, como fica linda quando está irritada, tanto que te deixo assim, só pra poder te olhar. Amo essa facilidade com que você me tem em suas mãos. Amo o jeito que me deixa enciumado, o quanto sabe tudo sobre mim, e amo mais ainda quando me diz isso.
Amo quando você fala que me ama, quando brinca comigo e me provoca. Ouvir o som da tua risada me faz sentir mais amor, e quando te faço sorrir, minha pequenininha, é como se eu estivesse no céu, eu amo também. E, mais uma vez, chego à conclusão de que a verdade é que eu te amo, com seus defeitos, com suas perfeições, suas qualidades, características, te amo simplesmente por ser seu. Eu amo você. Eu amo tudo em você!

sábado, 21 de janeiro de 2012

Questionamentos

Ô, solidão, por que tanto me gosta? Por que tanto me enfraquece, e por que tanto me faz soluçar? Por que te chamo tanto a atenção, solidão, por quê? Hei, vazio, por que me tortura? É doce a minha companhia, por quê? Sou tão fechado, sou tão imperfeito e tão frustrado, não será a presença de vocês que me deixa assim? Por que se fazem tão presentes?
Tristeza, me diga, qual a minha graça? Me diga, quanto é importante pra ti a minha companhia? Anda, tristeza, fala! Tenho que admitir, tristeza, que tenho estado acostumado com tua presença, querida. Tanto estranho quando tardas a chegar, que fico perdido, sem saber no que pensar. Mas por que me abandonas, assim, e me deixa à mercê da loucura, quando somente contentar-me-ia com tua companhia, por quê?
Tanto me questiono, tanto sofro, sozinho. Sem ter pra onde correr, me sufoco, me perco em devaneios absurdos, e uma vontade de sumir. Oh, quanta dor. Mas, por quê? Tenho amor, tenho amigos, família... tenho tudo, tudo mesmo, inclusive este vazio que me atormenta. Este vazio que me machuca, esta espera pela vida, pelas coisas que vão acontecer. Tenho pressa de ser feliz, tenho pressa de fazer meu amor feliz, tenho pressa da vida, e como machuca não poder apressar o tempo.

Fraqueza

É que, às vezes, dá uma vontade de sumir. Dá um nó na garganta e um aperto do peito, e parece que o mundo acaba ali. Quando me deito, e apago a luz, um vazio tão grande me toma, e a única força que tenho pra lutar contra isso é o amor que sinto por uma pessoa. Mas essa vontade persiste, e a loucura começa a mirar-me, tenta se apossar de mim, me atormenta.
Vontade de correr pra longe daqui, vontade de poder observar todos que eu amo de longe, vontade de apenas poder envolvê-los num abraço, mesmo que sejam incapazes de senti-lo. Não sei se consigo me fazer compreensível, mas dá uma vontade de se jogar de um abismo, e esquecer tudo, deixar tudo pra trás, e ter apenas doces lembranças, de uma vida que de nada valeu.
Ah, não fosse esse amor... sabe-se lá onde eu estaria neste momento. Às vezes a gente se agarra com unhas e dentes a alguém, porque sabe que só aquela pessoa é capaz de fazer a estada nesse imenso hospício, ao qual chamamos mundo, valer alguma coisa. Não se deve atrelar a felicidade a outrem, isso é um erro gravíssimo, mas o que se deve fazer, quando é esta pessoa que te faz ter um motivo pra continuar vivendo?
Quem dera, se ela soubesse a importância que tem pra mim, e o bem que já me fez, tem me feito, e espero que continue fazendo. Quem dera se eu pudesse remediar os erros que cometi no passado, que acabaram por lhe ferir. Quem dera ela saber do quanto rezo, pedindo a Deus um momento a mais ao seu lado, cada vez que estou com ela. E, sem dúvida, se hoje continuo aqui, é por causa dela, minha namorada, minha amiga, minha companheira, minha princesa, minha pequena, minha boneca, meu tudo.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Testamento

Olá, vim aqui hoje pra lhes contar o seguinte: não agüento mais. A vida ta ficando cada vez mais difícil, e, sinceramente, não ta mais valendo a pena continuar. Fui feliz, admito, já tive meus momentos de tristeza, mas nada comparado ao que tenho vivenciado nesses últimos dias. Talvez a perda de algo muito importante, perda para a qual eu não estava preparado.
Eu tenho tentado me aliviar, mesmo sem saber, eu tenho tentado remediar, mas não dá. As coisas simplesmente parecem não ter mais jeito. Quando ajeito a vida de um lado, o outro desaba, cai sobre a minha cabeça, me sufoca, me oprime. É uma avalanche de desastres que se abate sobre mim, e a cada dia que passa eu me canso mais.
Não sei ao certo quando tudo isso começou, só sei que de uns tempos pra cá tenho andado de saco cheio de tudo, acordar, levantar, tomar banho, trabalhar, voltar pra casa, estar sozinho... esse vazio tão grande que tem me tomado, esse desamor que chegou de supetão e me derrubou, me quebrou ao meio, me desfez.
Ando cansado das pessoas, de tanta falsidade, tanto “nhenhenhe”, ando cansado de ouvir músicas que até uns dias atrás me faziam tanto sentido, e hoje são apenas palavras esparsas, soltas numa melodia que as carrega como o vento, que já levou tanta coisa de mim.
A vida já me tirou tanta coisa. Tudo que era importante, tudo que me fazia bem. Meus sorrisos, carregou como se fossem folhas secas, que qualquer brisa consegue deslocar. E o sofrimento, ah, esse ficou sobrando. O meu amor, que tão verdadeiro era, a vida tirou de mim, as promessas eu não pude cumprir, e isso me mortifica.
Não posso negar que ultimamente viver, pra mim, tem sido algo raro, tenho apenas existido, vegetando, mostrando os dentes num gesto autômato e sem nexo. Não posso mais esconder a minha tristeza, isso está se tornando impossível. Nem sequer tenho vontade de responder “sim” quando alguém pergunta se está tudo bem, não, não está!
Eu só pedi companhia e atenção, e tudo isso me foi negado. Fui abandonado, longe de todos, sozinho, fazendo algo que não gosto, me preparando pra uma vida que eu não queria levar. Tive meus sonhos desmantelados, aos pouquinhos, fui me despindo dos meus planos, fui me frustrando com os planos que já estavam prontos pra mim.
Acho que errei no começo, quando planejei demais, sonhei demais, mas agora não tem volta. O fundo do poço é frio, pra quem quer saber. O fundo do poço é feio, é asqueroso, não quero continuar aqui. Vou sair daqui pra ficar na memória de todos aqueles que eu amei, que foram importantes na minha vida. Vou sair daqui, pra não voltar mais, e não correr o risco de cometer mais uma vez os mesmos erros.
À minha família, deixo todo o meu carinho. Aos meus amigos, o meu companheirismo. À pessoa mais importante pra mim, que perdi, deixo todo meu amor, deixo meus beijos, meus abraços, deixo tudo. Aos meus pais, aquele amor incondicional. Aos meus irmãos, o desejo de que a vida seja com eles o que não foi comigo. A quem me magoou, deixo o meu perdão. A quem eu odiei, um mero pedido de desculpas. Só espero ter deixado algo bom, em cada pessoa que passou pela minha vida.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Me aceite

Me aceite assim, cheio de vícios, pois, apesar do cigarro e o copo de uísque que me acompanham, incrivelmente, tenho também um coração, calejado, dolorido, machucado, e que mesmo assim não desaprendeu a arte de amar, e clama por ser amado, apenas. Ama-me, apesar dos defeitos desse coração tão maltratado.
Me aceite assim, sem pudores, e desbocado, com esse temperamento explosivo, que só serve pra expressar o medo que tenho de me apegar. Ama-me, pra eu me entregar de uma vez, pois eu preciso, preciso ser amado. Aceite meus excessos, e ama-me como quem ama a vida, me deixe tornar-me a sua.
Me aceite assim, e não me diga adeus, permaneça nos sonhos meus, e ama-me, me aceite, fica comigo até o amanhecer, depois de uma briga, abraça-me, e mais uma vez, me aceite, me ame, apesar dos gritos, e das lágrimas de raiva que certamente irão rolar. Ama-me, antes de anoitecer, antes de tudo padecer.
Me aceite assim, me ame, cale-se nos meus braços, entregue-se, apesar dos vários paradoxos do meu humor, dos meus bronzes e dos meus cristais, me aceite assim, de ferro e de algodão, apesar das variáveis, tenho aqui um coração que somente deseja amar,e ser amado.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Representação, ti pra mim

Se você que mesmo saber o que representa pra mim: você é tudo aquilo que eu sinto e ainda não sei explicar. É aquela vontade de me fazer ser o melhor pra você, confiança, sonhos. Se você quer mesmo saber o que representa pra mim, olha nos meus olhos, e veja ali o bem-querer de alguém que, sem querer, perdeu a voz e a ação quando te conheceu.
Você é aquele turbilhão de emoções que me faz estar assim, sentir-me assim, aquecido, derretido. O melhor lado da minha vida. O despertar desse meu lado doce, e desse ardor que é a dita paixão, cega, louca, verdadeira. É a vontade de estar nesse lugar, nesse momento, livre de erros e desperdícios. É a necessidade de viver sonhando tanto, vontade de sempre fazer demais, e muito mais por você.
Se quer mesmo saber, você é meu sonho de vida, e já é seu meu coração, mesmo sem muito tempo, e mesmo sem tantos beijos. E quem saberá dizer se não foi por você que eu esperei durante toda a vida. E espero poder continuar sonhando com você, e espero permanecer com você durante muito tempo ainda. Conto as horas pra te ver chegar, e nunca mais ir embora.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Com exageros

Permita-me o exagero só por hoje, minha princesa. Deixa minhas palavras rolarem da caneta, descontroladas, desesperadas ao teu encontro. Deixa-as saltitarem no papel, alegres, do teu riso. Perdoa a gramática toda defeituosa, e a pontuação que se desencontra, perdoa essas metáforas mal construídas, e as metáforas sem sentido, perdoa essa verborragia paranóica, que não me permite pausa para respiração.
É que já sou teu, princesa. Sou tão e somente teu, e não quero pausas entre nossos beijos, muito menos quero abraços frouxos. Quero sentir que estou em ti, tanto quanto já está em mim. E hoje já não ligo se me toma por louco, apavorado, demasiado intenso ou excessivamente enfeitado. Quero-te como uma criança que pede doce aos pais, no balcão da padaria, onde mal alcança.
Quero te sentir, como quem fecha os olhos e acompanha a melodia de uma música que vem de longe com o corpo inteiro. Tenho-te como quem deixa uma borboleta pousar no ombro, e se encanta com tamanha beleza, e mal se move, com medo de que fuja, aproveitando cada segundo desse pouso breve. Meu peito é teu pouso, querida.
Que não tardamos a conhecer a nossa nova morada, o peito um do outro, enamorados, que se esperam em sorriso, só pelo prazer de quererem-se com tanto ardor. Peço aos céus que tua, ou minha, chegada seja breve. Sinto-te cada vez mais aqui, dentro de mim, tão perto, que chega a ser uma só comigo.