Se hoje digo sem
medo, e sem erro, que te amo, meu bem, sinta-se a melhor do mundo. Usar-te-ei
como meu amor, e com o meu amor, entre um gole e outro de Isla Negra, até que
finde a noite, até que o encontro com o piso seja inevitável, até que o luar dê
espaço à brasa iluminadora dos dias e, assim, ciclicamente, até que se acabe
também a eternidade da vida de cada um de nós.
No nosso mundo somos os únicos. Nas
nossas vidas importantes, tu na minha, eu na tua, seguimos assim, ébrios,
sóbrios, centrados e estupidamente deslocados, reais e surreais, um paradoxo
cheio de vida e de confusões, confusões nas quais somente nós somos capazes de
nos encontrar e transformar em poesia todo o tormento que nos adoça.
Aos poucos nos encantamos, aos
poucos nos descobrimos e, meu bem, tem sido bom viver contigo. Muita coisa
mudou, principalmente, na minha vida. Talvez por teus olhos sossegados, talvez
por tua voz rompante e ameaçadora. Não sei, mas mudou. Devo-te muitos sorrisos,
algumas confissões, muita alegria e, sem sombra de dúvida, o que me tornei.
Por isso eu vou te amar, todos
os dias, até que tudo se acabe, e depois quando tudo recomeçar. Na embriaguez
dos nossos lábios nossas mentes nos fazem absurdos quando, entre uma baforada
de Marlboro e outra, achamos maravilhosas as nossas vidas e o modo como as
levamos, sempre em frente, sempre a caminho dos sonhos mais lindos, aqueles que
sonhamos juntos, um dia, sem nem saber quem éramos de verdade.
Perdoa, meu bem, o desencontro
de palavras e o caos que fiz por aqui simplesmente pra dizer que te amo, de uma
forma tão fraterna que, eu juro, me faria trocar a minha vida pela tua, sem
pestanejar nem pensar duas vezes.
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