domingo, 30 de janeiro de 2011

A Cigana

Essa é mais uma história que poderia começar com um simplório “era uma vez”, mas não é isso que pede o momento... tudo começa na frente de um supermercado, numa pracinha, mais exatamente, em uma cidade no interior do Rio Grande do Sul, os personagens principais são um menino, de mais ou menos 16 anos e uma cigana, madura, porém, bela e com uma aparência que não permitia decifrar-lhe a idade.
Pois, bem, esse menino estava comprando uns chocolates, recém saído de um relacionamento, triste, procurando um ombro, mas não um ombro amigo, ele estava ali, disponível, buscando um amor, uma companheira, já cansado de tanto procurar, e entregar-se às pessoas erradas.
Mas essa história começa mesmo, é no encontro com essa cigana, que lhe pede por favor, que lhe permita ler sua mão, pois enxergava nele uma grande luz, que brilhava como nenhuma que já houvera visto antes. Ela lhe disse as seguintes palavras: “rapaz, muito tu irás te enganar com uma menina loira, dos olhos cor-de-mel, ela lhe vai fazer sofrer, mas, felizmente, o que é teu está guardado, e uma mulher morena, muito bonita e charmosa, surgirá em tua vida, logo. Ela mudará todos os teus caminhos, e te fará feliz, como nenhuma outra jamais conseguiu.” Como essa mulher não quis receber nenhum pagamento, o jovem lhe deu dois bombons, que ela mesmo pegou dentro de um pacote, e seguiu seu dia, seu rumo, sua vida, sem nem ao menos lembrar mais daquela difusa, porém, garba mulher.
Passaram seis meses, esse rapaz passou no vestibular de uma conceituada universidade em uma cidade vizinha, mudou-se, fez amizades, entre festas e festas conheceu uma menina... belíssima... que lhe caiu nos olhos, e ele em suas graças. Viram-se algumas vezes mais, abraços, apertos de mão, três beijinhos, “olas” e papos no MSN, e os dois foram se envolvendo, ela pela simpatia do rapaz, ele pela beleza da moça, nasceu ali um gostar, uma leve paixão... um namoro... casal bonito; ela alta, loira, de corpo bonito, ele alto, elegante, rapaz muitíssimo bem apessoado.
E olhando mais de perto, admirando a beleza da amada, ele deu-se por conta de seus olhos, castanhos cor-de-mel, e, num lapso, lhe veio à mente a lembrança daquela mulher, o que ela lhe havia dito dessa menina, porém, pensou que seria bobagem, já que faziam alguns meses de namoro, e até o momento nada havia acontecido, e a confiança entre os dois só aumentava.passaram-se uns dias... três meses de namoro... mais alguns dias, e o quarto mês já lhes batia à porta... tudo foi tão rápido, chegou o quinto mês de namoro! Pena que tudo parou por aí, uma traição esmagadora veio com uma força fora do normal, e fez do coração do rapaz nada mais do que um nada.
E aquele casal tão bonito, aquele sentimento tão profundo – que só ele tinha – foi tudo por água abaixo, terminou, assim: pff, acabou, e ponto.
Mais uma vez, voltou àquela cena da cigana em sua mente, agora um pouco mais crente de que aquilo que ouvira de uma estranha poderia ser, ou até mesmo tornar-se realidade. Sofreu muito, voltou à sua cidade, e mais uma vez, a cigana: “viagens constantes, tu vais enfrentar viagens constantes, e tua vida melhorará...”. Por não encontrar outro meio, senão viajar para poder estudar, ele lembrou as palavras da mulher, que disse que ele teria viagens constantes, mas que seria feliz. E, realmente, ele foi feliz, durante o tempo em que viajou, teve muitos momentos alegres, junto de pessoas alegres, encontrou amigos que lhe fizeram feliz, sem sombra de dúvida, feliz.
Férias, festas... tudo, e aquela tristeza contínua por não ter alguém consigo, pobre rapaz, toda aquela felicidade lhe deixava triste, por não ter com quem dividir tanta alegria. E tudo o que a mulher lhe dissera naquela meia hora de conversa, não saía mais de sua cabeça, até então tudo o que ela falou tinha acontecido.
E o rapaz ainda não havia encontrado a morena de quem ela havia falado, já triste, cansado, quase incapaz de ter no peito um sentimento puro como o que teve pela menina dos olhos claros, e que guardava, ainda com esperança de encontrar a morena que lhe faria feliz. Passaram dias, semanas... e lá um dia ele lembrou a cigana, e disse com seus pensamentos: “foi tudo mera coincidência, aquela mulher era louca, e não adianta esperar um trem que vai pra lugar nenhum...”, e assim, perdeu as esperanças, e desistiu da espera.
E quando o coração cansou, e as esperanças se perderam na escuridão, eis que surge a morena, de olhos castanhos e sorriso puro, e como uma ventania avassaladora, acordou o pobre coração do rapaz, e nele despertou uma inimaginável e imessível paixão, e tudo voltou a ser como antes... abraços, três beijinhos, “olás”, MSN e tudo o mais. E o engraçado, é que até agora, tudo há acontecido, sem que nenhuma situação seja forçada, e é engraçado também, que de tudo isso que aconteceu, e ainda tem pra acontecer, é que aprendi, que tudo acontece há seu tempo, e que tudo na vida, por mais que aconteça aos trancos e barrancos, acontece pra o nosso melhor, e porque Deus nos reserva algo muito melhor lá na frente.
Aprendi que o amor chega quando o coração dorme, e que a felicidade está sempre mais perto do que imaginamos, e os dois andam de mãos dadas, amor e felicidade se completam, se unem, e tornam-se um. E com isso, podemos terminar qualquer história com um “e foram felizes para sempre...”.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Perco-me

Às vezes me perco nos meus pensamentos, e é você a culpada!
A culpa é sua, porque é só em você que penso...
Meu dia só tem sentido quando escuto sua voz,
Quando consigo arrancar desse rosto meigo um sorriso afável.
Perco-me em seu olhar,
No acorde doce da sua voz,
No toque macio da sua pele.
Perco-me no pensamento em ti,
Pois você me ensinou que existem novas emoções,
Muito melhores do que as que já conheço.
Olho às estrelas,
E vejo que elas não são nada perto do brilho de seus olhos,
Que elas não tem a beleza que lhe venera,
Perco-me num olhar,
Num sorriso,
Num “eu te amo”.
Perco-me em absolutamente tudo que me faz lembrar-lhe,
Tudo, tudo...
Perco-me num soneto que fala de amor,
Há poetas que um dia previram meu amor por ti,
E para tanto, deixaram escritos versos que hoje só me lembram de ti.
Perco-me em músicas,
Nas mais belas e mais românticas,
Pois assim como os poetas,
Os cantores já vem cantando nosso amor há muito, muito tempo.
E nas palavras, e nas notas,
Meu pensamento voa até você
E por aí ele fica...
Acaricia-te,
E me faz lembrar que nada tem sentido quando você está ausente,
Nada é lógico,
Nada acontece, nada...
Ah, esse meu pensamento bobo,
Faz tudo parar quando estou ao teu lado,
O tempo fica estagnado,
Até ele admira dois enamorados,
Os deuses abençoam, os anjos nos dizem amém,
E eu, novamente, perco-me em cada sorriso,
Em cada olhar, cada toque...
Perco-me em ti.

Paz

Um dia, pensei que ter paz era somente não ter preocupações, levar a vida como se o mundo não existisse, como se as pessoas não percebessem minha existência. Um dia, pensei que ter paz era poder sorrir sem motivos, pensei que era nunca sentir frio, nunca sentir calor, estar sempre em ambientes amenos, pensei que ter paz era viver num mundo onde guerra não existe nem nos dicionários, um dia...
Um dia pensei que ter paz era não sentir saudades, era não ficar sozinho nunca, pensei que ter paz era apenas não ter o rosto irrigado por lágrimas, pensei que ter paz era ser provido de indiferença, indiferença a tudo que não fazia parte do meu mundinho, pensei que ter paz era ter amigos e me achar o dono deles. Infelizmente, pensei que ter paz apenas consistia em não ser contrariado, e que a única verdade era aquela que saía da minha boca.
Mas hoje, a paz que trago dentro d’alma é diferente, é mais ampla, menos opressiva e não me agride, aquela paz de um dia ficou pra trás, hoje, hoje trago em meu peito uma paz diferente daquela que sonhei um dia.
A paz de hoje me fez enxergar melhor o mundo. Mostrou-me tudo de forma diferente, me fez aceitar as estações. A paz que habita minha alma é a que encontrei quando menos esperava e onde nunca havia imaginado. A paz de hoje me deixa feliz, me dá motivos pra sorrir e me ensinou a amar. A paz que toma meu corpo, alma e mente, é pura, intensa e verdadeira, diferente da paz dos meus sonhos, mas muito melhor, mais clara.
E se hoje eu pudesse escolher, não poderia tomar decisão diferente. Encontrei a paz ao encontrar o amor, encontrei nos olhos da mulher que amo, no toque macio de suas mãos, e no aconchego aquecido de seu abraço, e hoje eu sei, que nada pode ser grande o suficiente sem o amor, nem mesmo a paz, que só veio a mim junto com ele.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Fugi, deixem recados.

Oi! Pode deixar seu recado, porque no momento estou em fuga. Fugi pra um lugar que é só meu, onde só eu sei os caminhos. Fugi, pessoal, fugi pra o meu mundo, onde eu sou rei, onde eu sou o camponês, onde eu mando e só eu obedeço.

Estou num lugar onde o ar é puro, onde a brisa corre sempre, onde as águas são claras e a mata é de um verde ofuscante. Não se preocupem, amigos, eu estou e vou ficar bem, como sempre, vou voltar, e presentear-lhes-ei com um belo sorriso, aquele, sabem?! Que eu sempre tenho guardado pra horas mais difíceis.

Eu vou voltar, e vocês continuarão tendo em mim o porto seguro de sempre. Mas no momento, só a solidão me é uma boa companheira, por isso, vou fugir, vou pra aquele meu lugar, e vou ficar por lá um tempo, o necessário pra me refazer, pra revigorar minhas forças, tão somente o necessário, pra cicatrizar as feridas.

Lá, eu vou ler um bom livro, dedilhar algumas canções no meu violão, vou tirar os pés descalços, correr na relva, e tomar um banho de cachoeira, vou nadar, vou correr, cantar, vou rir sozinho, e vou ficar por lá, até sentir segurança suficiente pra voltar pra vocês.

E quando eu voltar, tudo será melhor e mais bonito, tudo vai ser como era antes, só que com uma diferença: vou estar muito melhor! Aliviado, e pronto pra viver tudo outra vez. Eu vou voltar, e vou voltar pra ficar, depois dessa fuga pra aquele lugar, vou fechar seus portões dourados, e vou jogar a chave fora... depois quero ficar aqui, ao lado de vocês.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Verdade

Ei, você aí, dos olhos castanhos e o sorriso bonito... é, menina, você mesma!

Sabia que me apaixonei por você?!

Não, moça, não me pergunte como, você sabe muito bem que não se deve, nem tentar, entender o que o coração faz.

Sabe, esses seus olhos?!

Esses que me olham tão ternamente, que estão bem aí,

Enfeitando seu rosto, como duas estrelas fulgentes,

Foram eles que me enamoraram...

Eles, e seu sorriso tão doce, tão puro.

Menininha, permita-me guardar-te em meu coração,

Fazer do teu mundo, meu mundo,

Permita-me agradecer por estar contigo,

Permita-me acordar numa manhã fria de inverno,

E simplesmente saber que te tenho em meus braços.

Acredite, menina,

O que sinto é puro, acima de tudo, verdadeiro.

Imenso, como poucas coisas podem ser nesse mundo.

Tão profundo quanto o mar,

Tão infinito quanto o céu.

Dá-me uma chance de mostrar tudo o que sinto,

É o apelo de um coração bobo, que só em ti sabe pensar.

Ei, menina...

Uma chance, por menor que seja...

Faz esse coração feliz!