terça-feira, 27 de março de 2012

Raridade


Eu sou um ser raro, tenho olhos que falam, e uma boca que cala quando se deve falar de sentimentos. Um ser que acredita e tem fé, ainda, na bondade das pessoas; mesmo tendo todos os motivos do mundo pra não mais acreditar na pureza dos sentimentos alheios. Silenciosamente, com os olhos gritando eu anuncio a quem tiver bons ouvidos, e coração sensível, tudo que há de bom dentro de mim, sim, bom, pois o que é mau eu mando pra fora abaixo de gritos vocais.
Ao contrário da regra humana, ainda sou um dos que cultuam as coisas boas, permito-me amar ao meu próximo, e acredito que uma força maior rege a nossa vida, seja Deus, o destino, o acaso, guardiões das torres e a deusa da terra, enfim, uma força que pode ser denominada de várias maneiras. Eu creio na bondade do ser humano, e na humildade da alma, depois de deixar o invólucro carnal. Creio, ainda, que tudo tem salvação e que só nós temos a força necessária pra fazer mudanças extraordinárias nas nossas vidas.
Acredito no amor como melhor saída, acredito na fé como fonte única de salvação, sem depender de uma doutrina religiosa, apenas fé naquilo que virá, que com certeza será o melhor que podemos ter. Acredito na força dos sorrisos, e na imensidão da inocência de uma criança. Creio em tudo aquilo que a natureza tem de bonito, e também naquilo que não se nos apresenta com tanta beleza, pois representa também um ponto de equilíbrio; nem tudo na vida é totalmente bom, nem totalmente ruim.
Olhos que falam, bocas que brilham, coisas que me encantam, tudo sem nexo, assim como meus pensamentos. Tudo tão belo, tudo tão ermo, movimento e quietude, uma vida paradoxal. Um dia alegre demais, outro demasiadamente triste. Pra mim não servem meios-termos, ou é tudo ou é nada; tudo ao céu ou tudo à terra, depende unicamente da pessoa que obtém isso de mim, algumas tudo, outras nada. E quem tem tudo, de mim, tem o céu deitado aos seus pés, sem sacrifícios.

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