Chega mais perto, pequena, pode
vir. Foi você quem me encontrou, justo agora, quando eu não pretendia me
prender a ninguém, você chegou timidamente, me disse “oi” e me faz tirar os pés
do chão outra vez. Mas pode vir mais pra perto, eu estou gostando disso. Aninhe-se
nos meus braços, é inverno, nós precisamos mesmo de algo que nos aqueça, e por
que não um aquecendo o outro?
Guarda o meu lado da tua cama,
guardar-te-ei também o da minha e meu peito será teu travesseiro, prometo,
pequena, vou tentar fazê-lo o mais confortável possível, pra que você goste de
ficar ali algumas noites e alguns dias, aquecendo-nos os corpos e os corações,
enquanto recito algumas das minhas poesias desencontradas, aquelas que ainda
vou escrever só pra você ler.
Irônico isso, não? As coisas
acontecem quando menos esperamos, talvez aquela teoria de que só encontramos
quando paramos de procurar tenha certo sentido, não muito, mas algum. Isso porque
quando te conheci, mesmo não querendo voltar a procurar, não vou negar, eu tive
vontade de voltar às buscas, e te encontrar por aí, e te deixar tomar conta de
mim, e me deixar tomar conta de ti.
E é nisso que penso agora,
quando passei o dia te esperando, aflito, pensando que jamais tornaríamos a
conversar outra vez, afinal, dois estranhos que trocaram umas poucas palavras,
surgidas do nada, que ao nada podem retornar. Tenho medo, mas tenho vontade. Uma
covardia corajosa, não sei explicar o que aconteceu. Só posso te dizer que
tenho esperanças de te encontrar, do mesmo jeito que você me encontrou, e me
encantou.
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