segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Fugir


Eu sinto falta, falta de tudo aquilo que outrora me preenchia, me fazia feliz. Sinto falta das pessoas que passaram pela minha vida, até daquelas que me fizeram sofrer, pois foi com elas que aprendi a ser forte. Sinto falta de coisas ridiculamente pequenas, que faziam cheios os meus dias. Falta de um abraço, de um sorriso, de um beijo, e às vezes, eu sinto falta de um olhar procurando o meu. Isto não é saudade, pois a saudade a gente mata com a presença daquilo que falta, isto é nostalgia, e isso, sim, é impossível exterminar.

Eu sinto falta do calor dos abraços da pessoa amada. Sinto falta de um banho de chuva. São pequenas coisas que não me permito mais fazer. Sinto falta da felicidade que solava a minha porta. Sinto falta dos sorrisos que eram sinceros e, mesmo sem motivo, vinham à minha face involuntariamente. Sinto falta da vida, pois hoje vivo num vazio tão grande, e nada, nada mesmo, é capaz de me preencher de uma forma completa. Eu queria voar, correr, que fosse, fugir daqui, conhecer pessoas novas, largar a mesmice, eu sinto falta do novo.

Tudo poderia ser tão diferente, mas, foram tantas decepções, que hoje eu simplesmente quero, mas não me permito, tenho medo. Medo de sofrer, de chorar. Medo de me apegar às coisas, e às pessoas mais ainda. Tenho tanto receio de sentir dor. Não teria se fosse aquela dor que se cura com remédios, mas, infelizmente, a dor que a vida causa não tem outro remédio senão o tempo, e eu sei, por experiência própria, que ele não é um bom analgésico, demora pra curar, e deixa a ferida aberta, e se for pouco, qualquer coisa vai abri-la novamente e vai doer mais, e vai demorar mais pra cicatrizar, se um dia cicatrizar.

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