O contentamento está dentro de mim, assim como está dentro de você. Não adianta sairmos por aí atrás da tão sonhada “felicidade” sem ao menos olharmos pra dentro de nós, e percebermos que a real felicidade está ali, encolhida num canto da nossa alma. Não adianta correr o mundo atrás da alegria e de um sentido pra vida, sem antes conseguirmos parar, e encontrá-la nas mínimas coisas que se lhes nos podem apresentar durante os dias.
O contentamento e a felicidade são duas coisas intrínsecas dentro de nossos seres, são essencialidades que fazem de nós capazes de senti-las, mas, porém, temos que saber onde, realmente, elas estão. Por isso, há os que passam a vida, e acabam por perdê-la, à procura da felicidade, sem sequer notar que ela está bem aqui, sem notar o quão perto ela fica.
Esses sentimentos estão a um passo de nossas mãos, estão nos amigos, num sorriso, num abraço, num beijo... esses sentimentos são aqueles que passam sem serem percebidos por nossos olhos, muitas vezes embaçados pela ambição, de pensar que a felicidade está acoplada a bens materiais, erro fatal.
No mundo, somos os únicos seres apercebidos da capacidade de sentir felicidade, de se contentar com o que se tem, embora seja pouco, na maioria das vezes, pode ser até muito mais do que merecemos. Vemos tantas coisas, coisas que nos dizem “compre!” mas, são tão poucas as coisas que nos dizem “sinta!”, e isso realmente é lamentável, e deprimente, viver nesse deserto de almas que se tornou o planeta terra, onde todos são incapazes de ter sentimentos, onde todos tem o materialismo como uma religião.
Nos falta fé, nos falta amizade, fraternidade, carinho, amor... ter fé não é o mesmo que ter religião, e infelizmente, muitas pessoas confundem essas duas coisas tão distintas, acho que por serem desapercebidos do dom de distinguir o certo e o errado, fazendo de suas vidas imensas “coisas” sem nenhuma serventia, apenas dotadas de uma falsa moralidade, que é ferida por qualquer gesto que fira-a, uma falsa moralidade que oprime todos os sentimentos, e sufoca os corações.
Nos falta tanta coisa... e é repúdio que sinto a alguns acontecimentos que vem nos cercando. Guerras, violência, todas essas coisas que estão terminando com o dom de amar das pessoas, todas essas coisas que estão terminando com a humanidade, que há tempos já era pouca. Nos falta mesmo, insistindo e repetindo, amor! O mundo só vai ser mundo novamente, se é que algum dia o foi, quando as pessoas abrirem seus corações rancorosos e deixarem circular ali dentro ventos de paz, quando elas abrirem os corações, e se sentirem contentes com suas vidas, quando encontrarem ali, a real felicidade, que sempre esteve e ali sempre estará, esperando por nós, por mais que demoremos a encontrá-la, ela vai nos esperar.
O contentamento está dentro de mim, está dentro de nós, e só nós mesmos poderemos encontrá-lo e fazê-lo verdadeiro.
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